Reforma tributária: O que o contador precisa antecipar ainda em 2025
Área: Contábil Publicado em 15/05/2025Uma transformação estrutural que afetará profundamente o dia a dia das empresas e, consequentemente, o papel do contador.
O que muda com a reforma tributária
A principal mudança está na substituição de diversos tributos atuais por dois impostos:
- CBS – Contribuição sobre Bens e Serviços: Substitui PIS, Cofins e IPI.
- IBS – Imposto sobre Bens e Serviços: Substitui ICMS e ISS.
Ambos terão um modelo de tributação no destino e sistema não cumulativo, o que exige um controle muito mais técnico e apurado das operações da empresa, especialmente sobre créditos e débitos fiscais.
Além disso, haverá:
- Fim da guerra fiscal entre Estados e municípios;
- Obrigatoriedade de escrituração fiscal rigorosa para todos.
- A transição começa agora: 2025 já exige ação
Embora a implementação plena ocorra até 2033, a transição começa em 2026, e em 2025 já teremos:
- Regulamentações em andamento;
- Necessidade de adequar sistemas e processos fiscais;
- Início da discussão sobre o modelo de alíquota-padrão;
- Primeiro impacto em contratos de longo prazo, regimes especiais e incentivos fiscais.
O contador precisa estar atento para antecipar essas mudanças e orientar os clientes a se prepararem com antecedência.
- O novo papel do contador: De operacional a estratégico
Com a nova lógica de tributação, a margem para erro diminui e o espaço para planejamento tributário aumenta. Isso exige que o contador:
- Avalie a estrutura fiscal atual da empresa e simule cenários com a nova legislação;
- Capacite a equipe interna do cliente sobre a importância do compliance fiscal;
- Oriente sobre possíveis revisões contratuais e ajustes de precificação.
Empresas que não se anteciparem podem ver seus custos aumentarem, enquanto aquelas bem orientadas poderão reduzir carga tributária com segurança jurídica.
- Oportunidades e riscos invisíveis
A transição traz algumas armadilhas, como:
- Perda de créditos acumulados se não forem controlados corretamente;
- Aumento da carga em setores antes favorecidos por regimes especiais;
- Falta de integração entre sistemas contábeis e fiscais.
Por outro lado, surgem oportunidades:
- Revisão de modelo de negócios para ganho de eficiência fiscal;
- Adoção de novas tecnologias para gestão tributária;
- Maior transparência e previsibilidade.
- Conclusão: O contador como protagonista na reforma
A reforma tributária é um divisor de águas para o ambiente de negócios brasileiro. Se por um lado ela representa desafios, por outro oferece uma chance real para que os contadores ocupem um papel estratégico no planejamento e na saúde financeira das empresas.
Quem se preparar agora não só vai entregar mais valor ao cliente, mas também se posicionará como uma autoridade em um tema que será pauta constante nos próximos anos.
Daniel Sousa é contador, especialista em recuperação de créditos tributários e embaixador da FENT Educação
Fonte: Fonte: Migalhas