Copom diz que já avalia impacto da isenção do IR em decisões da Selic

Colegiado disse em ata divulgada nesta terça-feira (11) que estimativa de impacto é "conservadora" e será usada em próximas deliberações da taxa básica de juros

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central informou que já incorporou uma estimativa preliminar do impacto da medida de ampliação da isenção do imposto de renda na última reunião, que manteve a Selic em 15% ao ano.

"O Comitê optou por já incorporar uma estimativa preliminar do impacto da medida de ampliação da isenção do imposto de renda. O Comitê considera que tal estimativa é bastante incerta e acompanhará os dados para calibrar seus impactos", diz a ata do Copom.

A estimativa adotada é "conservadora", segundo o colegiado, e é dependente de dados de medidas, fiscais e creditícias.

O patamar da taxa básica de juros em 15% foi mantido pela terceira vez consecutiva desde que autoridade monetária interrompeu o ciclo de aperto monetário, em julho. Com isso, a Selic segue no maior patamar desde 2006. A próxima reunião está agendada para 9 e 10 de dezembro.

Imposto de Renda

O projeto isenta do Imposto de Renda (IR) quem ganha até R$ 5 mil mensais. A proposta aprovada pelo Congresso também reduz as alíquotas para quem recebe entre R$ 5.000,01 e R$ 7.350.

À CNN, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o texto será sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na próxima quarta-feira (12). O governo quer que a proposta seja implementada a partir de janeiro de 2026, ano eleitoral.

Para compensar a perda de arrecadação, a proposta estabelece um imposto mínimo sobre rendas acima de R$ 600 mil anuais.