Restituição de créditos de ICMS em SP muda após operação; entenda

Área: Fiscal Publicado em 08/10/2025

Restituição de créditos de ICMS em SP muda após operação; entenda

A restituição de créditos de ICMS em São Paulo passa por mudanças importantes após nova operação anticorrupção.

O governo estadual reforçou os processos para garantir mais controle e reduzir fraudes, mas as medidas também trazem desafios, especialmente para pequenos varejistas.

Além disso, o futuro cenário, com a reforma tributária, pode transformar toda a lógica de compensação e devolução de tributos.

A seguir, entenda o que mudou, como isso impacta sua empresa e como se adaptar ao novo modelo fiscal.

Produto                                            Taxa a partir de    Pagamento

Empréstimo Consignado              1,61% a.m                 6 a 96 parcelas

Antecipação Saque-aniversário   1,29% a.m                   antecipe a partir de R$50

 

SP muda regras para restituição de ICMS após operação anticorrupção

Em resposta à Operação Ícaro, que investigou um esquema de propina envolvendo concessões de crédito fiscais, a Secretaria da Fazenda de São Paulo publicou medidas para fortalecer o controle sobre restituição de ICMS e créditos do imposto retido por substituição tributária (ICMS‑ST).

O governo revogou o Decreto que permitia a chamada “apropriação acelerada” de créditos e obrigou a adoção de auditoria fiscal completa em todos os casos.

Além disso, foi anunciado um grupo de trabalho para revisar a normativa, com foco na adoção de tecnologia.

Será reforçado o cruzamento de dados automatizado, rastreabilidade em tempo real, criação de conta-corrente digital no Sistema e-Ressarcimento e integração com novas plataformas de monitoramento.

Entenda o que é a restituição do ICMS

A restituição de ICMS ocorre principalmente quando o tributo foi recolhido na fonte (sistema de Substituição Tributária – ICMS‑ST) e o valor pago é maior do que o devido no momento da venda efetiva.

Por exemplo, se a base presumida é de R$ 150,00 e o produto termina sendo vendido por R$ 100,00, o varejista tem direito aos créditos da diferença, mas deve comprovar isso com documentos fiscais rigorosos.

Além desse caso, outros eventos, como exportações ou vendas com isenção, também geram direito à acumulação de créditos, mas a restituição depende de análise detalhada e comprovação documental, o que torna o processo burocrático e demorado.

O que muda com as novas exigências do ICMS em SP?

As novas regras tornaram o processo de restituição mais confiável, mas também mais rigoroso e exigente.

Agora, o fim da “apropriação acelerada” significa que os créditos não podem mais ser liberados com rapidez sem passar por auditoria.

Além disso, foram exigidas melhorias tecnológicas:

  • Auditoria fiscal obrigatória em todos os processos, eliminando a priorização sem verificação completa
  • Processamento automatizado e cruzamento de informações com outras bases para reduzir falhas e fraudes
  • Rastreabilidade ampliada, com transparência sobre cada etapa do processo
  • Conta-corrente digital no sistema e‑Ressarcimento, permitindo ao contribuinte acompanhar o andamento dos créditos
  • Integração com novas plataformas de controle, reforçando governança fiscal em tempo real

Essas mudanças aumentam a confiabilidade do sistema, mas também demandam adequações tecnológicas e operacionais por parte dos contribuintes.

Como as novas regras afetam o pequeno varejo?

Para grandes empresas com infraestrutura contábil, a nova sistemática pode até representar mais segurança. Já para pequenos varejistas sujeitos ao ICMS-ST, os impactos são mais desafiadores.

A restituição de créditos, que só ocorre quando o produto foi vendido por valor inferior à base presumida, agora requer comprovação detalhada e sistemas robustos para tramitar o pedido.

Pequenos negócios, como farmácias, lojas de autopeças e minimercados, muitas vezes não têm estrutura para preparar documentação e lidar com o sistema digital do e-Ressarcimento.

Essa complexidade pode resultar em:

  • Atrasos ou perda de créditos por falta de comprovação
  • Necessidade de contratar serviços contábeis especializados para lidar com o novo procedimento
  • Menor previsibilidade orçamentária devido a prazos mais longos de devolução
  • Em resumo, enquanto a intenção do governo é reforçar o controle e garantir maior transparência, o pequeno varejo tende a sentir o peso da burocracia.

A ausência de suporte técnico e os custos extras com contabilidade podem comprometer a margem de lucro de micro e pequenas empresas, tornando ainda mais urgente a necessidade de simplificação tributária no Brasil.

Reforma tributária deve alterar cenário a partir de 2026

A reforma tributária aprovada em 2023 prevê a gradual extinção de tributos como ICMS, ISS, PIS, Cofins e IPI, para implementação de um modelo dual baseado em IVA: IBS (estadual/municipal) e CBS (federal).

Para o segmento de ICMS‑ST, isso significa o fim gradual do sistema substitutivo e adoção do split payment: o imposto será cobrado diretamente na operação, com recolhimento automático e centralizado. A expectativa é que esse modelo reduza fraudes e simplifique os processos.

Ainda assim, os prazos projetados para restituição de créditos podem continuar longos (180 a 360 dias), já que dependerão da auditoria e da adaptação operacional dos sistemas nos estados.

As mudanças nas regras de restituição de créditos de ICMS em São Paulo representam um avanço necessário para combater fraudes e aumentar a transparência fiscal.

O endurecimento dos processos fortalece a segurança, mas exige maior preparo dos contribuintes, especialmente o pequeno varejo, que pode enfrentar dificuldades operacionais.

A longo prazo, a reforma tributária aponta para um sistema mais eficiente com arrecadação no ato e devolução automática, mas ainda estão por vir desafios relativos à operacionalização.

A adaptação às novas regras e a busca por acompanhamento contábil capacitado serão fundamentais para manter a saúde financeira dos negócios e garantir os direitos tributários.

Fonte: Meu tudo