Reforma tributária pode prever devolução de imposto sobre telefonia e internet
Área: Fiscal Publicado em 07/01/2025A devolução de parte dos impostos sobre serviços de telecomunicações para famílias de baixa renda pode entrar na nova versão do projeto de lei de regulamentação da reforma tributária (PLP 68/2024). O texto deve ser apresentado na próxima segunda-feira (9).
Esse cashback é um mecanismo criado pela reforma para desonerar famílias com renda mensal de até um salário-mínimo e meio (R$ 2.118) inscritas no CadÚnico (Cadastro Único para Programas Sociais).
A Conexis, entidade do setor de telecomunicações, defendeu a medida, projetando impacto em 0,01% na alíquota inicialmente prevista de 26,5% para os novos tributos. A medida, segundo a entidade, facilitaria o acesso aos 22% das famílias com renda de até um salário-mínimo que hoje não têm internet.
"Estou otimista com relação a isso [cashback para telecom], mas não vou adiantar o mérito sobre o relatório", afirmou o senador após ser questionado por jornalistas nesta quarta-feira (4).
A versão do projeto aprovado na Câmara dos Deputados em julho prevê a devolução de 100% da CBS (contribuição federal sobre bens e serviços) e de pelo menos 20% do IBS (imposto de estados e municípios sobre bens e serviços) para itens como luz, água, esgoto, gás natural e botijão de gás de 13 quilos.
Em outros itens, a devolução será de pelo menos 20% dos dois novos tributos.
PELO MENOS 600 MUDANÇAS
O presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), senador Davi Alcolumbre (União-AP), convocou sessão extraordinária para a leitura do relatório do primeiro projeto de lei da reforma tributária (PLP 68/2024) para a próxima segunda-feira (9), às 16h. A votação pelos 27 membros titulares da comissão está marcada para quarta-feira (11). O relator disse que vai divulgar o texto na segunda às 9h.
Caso o texto seja aprovado na comissão, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pode pautar o projeto no plenário no mesmo dia. Depois, o projeto ainda vai passar por nova votação na Câmara, antes de seguir para sanção do presidente Lula (PT).
Braga afirmou que o relatório está "99 vírgula alguma coisa fechado", mas há algumas pendências sendo tratadas com o Ministério da Fazenda e algumas lideranças no Congresso. A expectativa é que mais de 600 sugestões feitas pelos senadores sejam aceitas.
"Meu próximo passo agora, além do trabalho de revisão técnica etc., é articulação política, é conversa com a Câmara, é conversa com o governo, é conversa com os líderes, para que possamos ter viabilidade de votação da matéria", afirmou o relator.
Braga afirmou que o esforço é para que o texto seja "muito mais simplificado, muito mais objetivo, muito mais claro, que não tenha insegurança jurídica".
Disse também que a redução quase a zero da sonegação e a diminuição do contencioso tributário vão ajudar a reduzir a tributação sobre o consumo. "O nosso esforço é, com esses dois instrumentos, combate à sonegação e redução do contencioso tributário, tenhamos um alargamento da base tributária que provocará a queda sensível da alíquota padrão."
Fonte: Folha de São Paulo