Governo vai modernizar normas de saúde e segurança do trabalho para desburocratização e simplificação de regras

Publicado em 10/05/2019 10:02 | Atualizado em 20/10/2023 20:32
Tempo de leitura: 00:00

Segundo notícia veiculada no portal do Ministério da Economia, ontem, dia 09.05.2019, as Normas Regulamentadoras (NRs) de segurança e saúde no trabalho vão passar por um amplo processo de modernização. O anúncio foi feito na quinta-feira, pelo secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, na abertura da 31ª edição do Fórum Nacional do Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae), no Rio.

 

O secretário afirmou que “trazer investimentos para o Brasil passa pela criação de um ambiente propício, acolhedor e saudável para quem vai empreender. Por isso a importância da desburocratização e da simplificação de regras”.

 

Ainda, Marinho explicou que toda a normatização na área de saúde e segurança no trabalho está sendo revista, com foco na desregulamentação e na simplificação. O secretário destacou que a situação atual prejudica diretamente a produtividade das empresas e a capacidade de o Brasil competir com outros países. “Hoje, há custos absurdos em função de uma normatização absolutamente bizantina, anacrônica e hostil”, disse.

 

O que será revisto

 

Neste processo de modernização, a primeira norma a ser revista será a NR-12, que trata da regulamentação de maquinário, abrangendo desde padarias até fornos siderúrgicos. A previsão é de que as alterações sejam entregues em junho.

 

Dessa forma, a modernização atingirá todas as NRs e outras regras. “Existem quase cinco mil documentos infralegais, portarias, instruções normativas, decretos da década de 1940, que ainda são utilizados para nossa fiscalização, de forma arbitrária”, salientou.

 

Com as alterações, também devem ser uniformizados os procedimentos, para evitar diferenças na fiscalização entre os Estados. “Hoje não há uniformização de procedimentos, não há nitidez nesse processo, não há clareza e não há transparência”, pontuou.

 

Um pequeno empresário, por exemplo, chega a ser submetido a 6,8 mil regras distintas de fiscalização, destacou Rogério Marinho.

 

“É impossível que ele entenda e se adeque a essas regras. Nossa ideia é reduzir isso em 90%”, disse.

 

Processo virtuoso

 

Segundo o secretário, a modernização das NRs faz parte de um processo virtuoso, que tem a integridade fiscal como espinha dorsal, rumo à retomada do crescimento. Essa integridade, porém, depende da redução do déficit fiscal. “A reestruturação fiscal é o que dá previsibilidade e segurança jurídica e permite buscar as parcerias necessárias para que o país saia da situação em que se encontra”, destacou.

 

Contudo, de acordo com Rogério Marinho, isso só será possível com a aprovação das mudanças no sistema previdenciário. Ele lembrou que o resgate da saúde das contas públicas é importante, principalmente, para a população mais pobre e mais frágil, porque o desequilíbrio fiscal reduziu a capacidade do governo de atender às demandas da sociedade. Nesse sentido, a meta é permitir mais investimentos públicos em áreas como saúde, educação e segurança.

 

Por fim, o secretário observou que o governo está cumprindo seu papel de gestor na modernização do setor previdenciário, mostrando que os trabalhadores terão de trabalhar um pouco mais e pagar um pouco mais, mas com a certeza do pagamento das aposentadorias no futuro. “Mas quem tem mais, vai pagar mais, e quem tem menos, paga menos. Essa é a essência, a mensagem que está inserida no processo”, destacou.