Vai ser difícil não aprovar'', diz Haddad sobre isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil
Área: Contábil Publicado em 17/04/2025Ministro reafirmou compromisso de ouvir propostas de melhorias para medida, mas disse não ter ouvido "ninguém que suba na Tribuna" do Congresso "para falar mal".
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou acreditar que o projeto de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil não deverá enfrentar dificuldades de aprovação no Congresso. Haddad, que participa do programa Sem Censura, disse ainda que a pasta não tem “compromisso com a vaidade” e que estaria disposto a ouvir ideias para melhorar o projeto.
O ministro foi ao programa detalhar o projeto que já foi encaminhado à Câmara dos Deputados. De acordo com ele, a expectativa é que as discussões em torno da isenção se iniciem depois dos próximos feriados.
— Eu acredito que nós criamos um constrangimento moral no país com esse projeto — declarou Haddad, citando o objetivo do projeto de reformar a renda como algo que unificou os debates em torno do tema.
O ministro reforçou que a equipe que formulou a proposta está pronta para receber sugestões para melhorar, mas disse que “não se ouve hoje, nem no Congresso, alguém que suba na Tribuna para falar mal”.
— Nós não temos compromisso com o erro ou a vaidade. Dá pra melhorar? Vamos melhorar. Nós tomamos a iniciativa e estamos aqui humildemente esperando sugestões. Se der pra melhorar nós vamos melhorar. Mas nós estamos muito confiantes, até mesmo pela forma como ele foi recebido, esse projeto. Ele vai ser difícil de não aprovar — afirmou.
Projeto terá impacto de R$ 27 bi
A faixa de isenção do IR deverá gerar uma renúncia de aproximadamente R$ 27 bilhões para as receitas da União. O governo sugeriu na proposta que o valor fosse compensado por uma nova alíquota mínima a ser cobrada de quem ganha acima de R$ 600 mil por ano.
A alíquota começa em zero e vai subir gradativamente, até que quem recebe mais de R$ 1,2 milhão por ano pague, pelo menos, 10% de imposto sobre sua renda, incluindo dividendos — modelo de distribuição de lucros pelas empresas que hoje é isento para pessoa física. Para quem já paga esta alíquota, a taxa não será alterada. Apesar disso, alguns deputados já discutem fazer calibragens na alíquota cobrada.
Ao ser questionado por que a taxa aos apelidados de “super-ricos” se limitou a 10%, Haddad respondeu que não gostaria que o projeto tivesse objetivo de arrecadação, o que, na sua visão, poderia prejudicar a aprovação da medida.
Segundo o ministro, a isenção beneficiará cerca de 10 milhões de brasileiros, enquanto 141 mil pagarão a compensação. Além disso, 5 milhões de indivíduos que ganham de R$ 5 mil a R$ 7 mil, terão um desconto parcial. Ao defender o projeto, Haddad disse que a medida funcionará como uma espécie de “décimo-quarto salário” para aqueles que estão dentro da faixa.
— Esse projeto tem um único fundamento: buscar justiça social. Nós queremos buscar uma coisa que esse país demora para conquistar.
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Fonte: Folha de Pernambuco