Sorocabanos pagaram 12% a mais em impostos no decorrer de 2019
Área: Fiscal Publicado em 07/01/2020 | Atualizado em 23/10/2023
Os sorocabanos pagaram 12% a mais em impostos em 2019 na comparação com 2018. No ano passado, segundo o Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo, os contribuintes de Sorocaba desembolsaram R$ 904.217.272,32, com a quitação de tributos municipais, estaduais e federais. No ano anterior o valor foi de R$ 806.025.698,68. Os valores de Sorocaba representam 3,1% do total arrecadado no Estado de São Paulo.
Conforme o Impostômetro, em média nacional, o brasileiro trabalhou, em 2019, 153 dias somente para pagar impostos — quantidade de dias que se mantém igual desde 2016. Em todo o País a arrecadação com tributos chegou a R$ 2.504.853.948.529,48. Todo o Estado de São Paulo arrecadou, nos 12 meses do ano passado, um total de R$ 876.454.801.965,27 e representa 37% do total da arrecadação brasileira.
Com todo o imposto pago pela população, segundo cálculos do Impostômetro, é possível comprar mais de 2,5 milhões de unidades do carro Porsche Panamera, sete milhões de carros BMW M2 ou 68 milhões de carros VW Gol Trendline. Com os mais de R$ 2,5 trilhões destinados aos tributos também é possível comprar quase quatro milhões de apartamentos de três quartos no bairro do Morumbi, em São Paulo. Segundo o estudo, essa fortuna, aplicado na poupança, renderia de juros R$ 485.060.795 por dia. Com esse valor também seria possível receber 50 salários mínimos por mês durante 4.455.449 anos.
Municipais: fatia maior
Somente em impostos municipais, segundo a Prefeitura de Sorocaba, a população pagou R$ 620.552.251,93, o que representa 68,6% do total de tributos de todas as esferas. A arrecadação em comparação a 2018, quando os impostos totalizaram R$ 562.790.469,36, cresceu 10,2%.
Em relação ao Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISSQN) em 2018, 45.713 pessoas jurídicas contribuíram e, em 2019, subiu para 51.955. De acordo com a Secretaria da Fazenda de Sorocaba (Sefaz), esse é o tributo que gera maior arrecadação no município.
Em 2018, conforme a pasta, foram emitidas 14.688 guias de Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) e em 2019, 14.703 guias. Já o Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) gerou, em 2018, 297.607 carnês e em 2019, 305.649. A Sefaz lembrou que, tanto no caso do ITBI quanto do IPTU, um só cidadão pode receber diversos carnês se o mesmo tiver mais de um imóvel, portanto, os dados são referentes à quantidade de guias de ITBI e carnês de IPTU, e não de contribuintes.
Sem retorno
A população se mostra insatisfeita com os impostos pagos e alega não ver os valores retornando em benefício da sociedade. “Saúde está ruim, segurança é lamentável, saneamento também é problema”, aponta o aposentado Cícero Vicente da Silva, 70 anos. Ele conta que sempre que faz compras tem o costume de olhar a nota fiscal para conferir quanto do valor pago é imposto. “Acredito que entre 40% e 50% do meu salário acaba indo para esses tributos, que a gente não vê para onde vai.”
Morando em Sorocaba há quatro anos, o paranaense Helton Denis Tozzi, 41 anos, analista de operações, afirma que diante da quantidade de encargos que a população paga, a cidade deveria ter estrutura muito melhor. “Não há uma prestação de contas com o contribuinte. Só querem o nosso dinheiro e não fazem nada para melhorar as condições de vida”.
A enfermeira Janaína Damasco, 41 anos, afirma que deu para sentir no bolso o aumento dos tributos no ano passado. “Cada vez que a gente precisa comprar alguma coisa no supermercado percebe que está ficando mais caro, assim como IPTU e outros impostos.” Ela também acha difícil notar a destinação dos tributos pagos.
Para o economista da ACSP, Marcel Solimeo, o crescimento da carga tributária é desproporcional se comparado com a renda do brasileiro. “Acredito que nos próximos anos os tributos devem permanecer em alta. Possivelmente, o único fator que pode colaborar com a diminuição dos tributos é o controle nos gastos. Caso não haja esse esforço, o Brasil continuará tendo impostos elevados e nada disso retorna à população”, diz Solimeo, que complementa: “o esforço que as autoridades vêm fazendo com o teto dos gastos ainda é lento se considerarmos a urgência da redução”.
Solimeo relembra que, há cinco anos, o Impostômetro fechou em R$ 1,9 tri em todo o País e o único caminho para melhorar essa diferença de R$ 600 bilhões passa por melhor gestão das contas públicas. (Larissa Pessoa)
Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul
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Conforme o Impostômetro, em média nacional, o brasileiro trabalhou, em 2019, 153 dias somente para pagar impostos — quantidade de dias que se mantém igual desde 2016. Em todo o País a arrecadação com tributos chegou a R$ 2.504.853.948.529,48. Todo o Estado de São Paulo arrecadou, nos 12 meses do ano passado, um total de R$ 876.454.801.965,27 e representa 37% do total da arrecadação brasileira.
Com todo o imposto pago pela população, segundo cálculos do Impostômetro, é possível comprar mais de 2,5 milhões de unidades do carro Porsche Panamera, sete milhões de carros BMW M2 ou 68 milhões de carros VW Gol Trendline. Com os mais de R$ 2,5 trilhões destinados aos tributos também é possível comprar quase quatro milhões de apartamentos de três quartos no bairro do Morumbi, em São Paulo. Segundo o estudo, essa fortuna, aplicado na poupança, renderia de juros R$ 485.060.795 por dia. Com esse valor também seria possível receber 50 salários mínimos por mês durante 4.455.449 anos.
Municipais: fatia maior
Somente em impostos municipais, segundo a Prefeitura de Sorocaba, a população pagou R$ 620.552.251,93, o que representa 68,6% do total de tributos de todas as esferas. A arrecadação em comparação a 2018, quando os impostos totalizaram R$ 562.790.469,36, cresceu 10,2%.
Em relação ao Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISSQN) em 2018, 45.713 pessoas jurídicas contribuíram e, em 2019, subiu para 51.955. De acordo com a Secretaria da Fazenda de Sorocaba (Sefaz), esse é o tributo que gera maior arrecadação no município.
Em 2018, conforme a pasta, foram emitidas 14.688 guias de Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) e em 2019, 14.703 guias. Já o Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) gerou, em 2018, 297.607 carnês e em 2019, 305.649. A Sefaz lembrou que, tanto no caso do ITBI quanto do IPTU, um só cidadão pode receber diversos carnês se o mesmo tiver mais de um imóvel, portanto, os dados são referentes à quantidade de guias de ITBI e carnês de IPTU, e não de contribuintes.
Sem retorno
A população se mostra insatisfeita com os impostos pagos e alega não ver os valores retornando em benefício da sociedade. “Saúde está ruim, segurança é lamentável, saneamento também é problema”, aponta o aposentado Cícero Vicente da Silva, 70 anos. Ele conta que sempre que faz compras tem o costume de olhar a nota fiscal para conferir quanto do valor pago é imposto. “Acredito que entre 40% e 50% do meu salário acaba indo para esses tributos, que a gente não vê para onde vai.”
Morando em Sorocaba há quatro anos, o paranaense Helton Denis Tozzi, 41 anos, analista de operações, afirma que diante da quantidade de encargos que a população paga, a cidade deveria ter estrutura muito melhor. “Não há uma prestação de contas com o contribuinte. Só querem o nosso dinheiro e não fazem nada para melhorar as condições de vida”.
A enfermeira Janaína Damasco, 41 anos, afirma que deu para sentir no bolso o aumento dos tributos no ano passado. “Cada vez que a gente precisa comprar alguma coisa no supermercado percebe que está ficando mais caro, assim como IPTU e outros impostos.” Ela também acha difícil notar a destinação dos tributos pagos.
Para o economista da ACSP, Marcel Solimeo, o crescimento da carga tributária é desproporcional se comparado com a renda do brasileiro. “Acredito que nos próximos anos os tributos devem permanecer em alta. Possivelmente, o único fator que pode colaborar com a diminuição dos tributos é o controle nos gastos. Caso não haja esse esforço, o Brasil continuará tendo impostos elevados e nada disso retorna à população”, diz Solimeo, que complementa: “o esforço que as autoridades vêm fazendo com o teto dos gastos ainda é lento se considerarmos a urgência da redução”.
Solimeo relembra que, há cinco anos, o Impostômetro fechou em R$ 1,9 tri em todo o País e o único caminho para melhorar essa diferença de R$ 600 bilhões passa por melhor gestão das contas públicas. (Larissa Pessoa)
Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul
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