Lentidão de reformas e vacinas preocupam, diz Amcham
Área: Fiscal Publicado em 04/02/2021 | Atualizado em 23/10/2023
O ritmo lento e a falta de mobilização política em torno da agenda de reformas (71%) e a demora na vacinação nacional (40%) são apontados como os dois fatores que mais podem influenciar negativamente na retomada do crescimento econômico em 2021, conforme aponta pesquisa inédita realizada pela Amcham Brasil com 280 empresários e executivos do país.
Os líderes corporativos foram ouvidos pela Câmara Americana de Comércio sobre “aspectos que podem atrasar ou impactar a decolagem da nossa economia” neste ano. Também foram mencionados uma segunda onda de contaminação na pandemia de covid-19 (29% dos entrevistados), o isolamento do Brasil no cenário internacional (22%) e a escassez de crédito e a fuga de investimento estrangeiro (20%).
Para a presidente da Amcham, Deborah Vieitas, a pesquisa evidencia um receio grande de empresários e executivos com o futuro das reformas em pauta no Congresso Nacional. “A minha visão é que eles esperam uma agenda de continuidade das reformas e que o Congresso traga a votação da reforma tributária, em primeiro lugar, e em seguida da reforma administrativa, que coloca o serviço público numa rota de digitalização e desburocratização, aumentando a transparência”, diz.
A sondagem foi feita entre os dias 14 e 21 de janeiro. Dois terços dos entrevistados são representantes de companhias grandes ou médias. A maior participação na pesquisa foi de CEOs, sócios ou vice-presidentes das empresas (28%), diretores (20%) e gerentes (24%).
A pesquisa também quis saber, considerando a retomada nos próximos dois anos, o que mais preocupa os empresários e executivos. Incerteza política (60%), custo Brasil (49%), insegurança jurídica (40%), corrupção (26%), desmatamento (25%) e isolamento global (25%) foram os pontos mais mencionados. Cada entrevistado podia citar dois fatores.
“A retomada da economia nunca é linear. Eu percebo uma expectativa muito positiva, com grande preocupação associada à vacinação da população brasileira”, afirma Vieitas, referindo-se a um dos riscos à recuperação apontados na pesquisa. “Se tivéssemos mais planejamento e coordenado, poderíamos estar avançando com mais velocidade na imunização.”
Sobre a troca de comando na Casa Branca e as perspectivas das relações bilaterais Brasil-Estados Unidos, os executivos acreditam que o governo brasileiro deve priorizar a aproximação com os principais interlocutores do governo Joe Biden, em busca de uma relação construtiva e pragmática (72%). Além disso, 49% dos consultados têm a expectativa da criação de uma agenda conjunta bilateral com foco no aprofundamento dos fluxos de comércio e de investimentos. Para 35%, é necessário o desenvolvimento de uma nova relação, focada em temas como sustentabilidade, bioeconomia, preservação ambiental.
“A questão ambiental será relevante nas nossas relações com a nova administração americana”, acrescenta Vieitas. No ano passado, o comércio bilateral teve uma queda de quase 24% em relação a 2019, atingindo o pior fluxo dos últimos 11 anos. Os números foram bastante influenciados pela pandemia e pela recessão econômica nos dois países.
Fonte: Valor Econômico
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Os líderes corporativos foram ouvidos pela Câmara Americana de Comércio sobre “aspectos que podem atrasar ou impactar a decolagem da nossa economia” neste ano. Também foram mencionados uma segunda onda de contaminação na pandemia de covid-19 (29% dos entrevistados), o isolamento do Brasil no cenário internacional (22%) e a escassez de crédito e a fuga de investimento estrangeiro (20%).
Para a presidente da Amcham, Deborah Vieitas, a pesquisa evidencia um receio grande de empresários e executivos com o futuro das reformas em pauta no Congresso Nacional. “A minha visão é que eles esperam uma agenda de continuidade das reformas e que o Congresso traga a votação da reforma tributária, em primeiro lugar, e em seguida da reforma administrativa, que coloca o serviço público numa rota de digitalização e desburocratização, aumentando a transparência”, diz.
A sondagem foi feita entre os dias 14 e 21 de janeiro. Dois terços dos entrevistados são representantes de companhias grandes ou médias. A maior participação na pesquisa foi de CEOs, sócios ou vice-presidentes das empresas (28%), diretores (20%) e gerentes (24%).
A pesquisa também quis saber, considerando a retomada nos próximos dois anos, o que mais preocupa os empresários e executivos. Incerteza política (60%), custo Brasil (49%), insegurança jurídica (40%), corrupção (26%), desmatamento (25%) e isolamento global (25%) foram os pontos mais mencionados. Cada entrevistado podia citar dois fatores.
“A retomada da economia nunca é linear. Eu percebo uma expectativa muito positiva, com grande preocupação associada à vacinação da população brasileira”, afirma Vieitas, referindo-se a um dos riscos à recuperação apontados na pesquisa. “Se tivéssemos mais planejamento e coordenado, poderíamos estar avançando com mais velocidade na imunização.”
Sobre a troca de comando na Casa Branca e as perspectivas das relações bilaterais Brasil-Estados Unidos, os executivos acreditam que o governo brasileiro deve priorizar a aproximação com os principais interlocutores do governo Joe Biden, em busca de uma relação construtiva e pragmática (72%). Além disso, 49% dos consultados têm a expectativa da criação de uma agenda conjunta bilateral com foco no aprofundamento dos fluxos de comércio e de investimentos. Para 35%, é necessário o desenvolvimento de uma nova relação, focada em temas como sustentabilidade, bioeconomia, preservação ambiental.
“A questão ambiental será relevante nas nossas relações com a nova administração americana”, acrescenta Vieitas. No ano passado, o comércio bilateral teve uma queda de quase 24% em relação a 2019, atingindo o pior fluxo dos últimos 11 anos. Os números foram bastante influenciados pela pandemia e pela recessão econômica nos dois países.
Fonte: Valor Econômico
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