Franquias de contabilidade tornam-se opção de empreendedorismo
Área: Contábil Publicado em 20/08/2019 | Atualizado em 23/10/2023 Foto: Divulgação Fonte: Jornal do Comércio
Link: https://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/cadernos/jc_contabilidade/2019/08/696199-franquias-de-contabilidade-tornam-se-opcao-de-empreendedorismo.html
Redes de escritórios que oferecem serviços contábeis e tributários estão expandindo suas operações no Brasil em cima de um modelo de negócio que, até pouco tempo atrás, nunca tinha sido usado: o modelo de franquias. Aliadas à tecnologia, à virtualização da contabilidade e à demanda latente por serviços de controladoria e gestão financeira, o franchise contábil cresce em números significativos, embora ainda esteja longe de alcançar patamares como os da rede alimentação e de cosméticos, por exemplo.
Segundo a Associação Brasileira de Franchise (ABF), os serviços contábeis enquadram-se na modalidade de microfranquias, negócios com investimento inicial de até R$ 90 mil, que cresceu 8% em 2018, e tende a seguir crescendo segundo perspectivas da instituição.
O fenômeno, porém, é recente. De acordo com a ABF, a primeira franquia de contabilidade surgiu em 2011 e foi o escritório NTW Contabilidade e Gestão Empresarial. Enquadradas no segmento de Serviços e outros negócios, atualmente, a associação não sabe informar quantas franquias de contabilidade atuam no Brasil, mas, conforme explica o diretor da Regional Sul da ABF, Antonio Carlos Diel, o franchise contábil no Brasil já é expressivo e impulsionado, principalmente pela tecnologia. A participação desse segmento para o bolo total das franquias brasileiras é de pouco mais de 7%, seguindo a mesma lógica na região Sul.
Na lista de associadas da ABF há apenas três franquias do segmento contábil: NTW Contabilidade Gestão Empresarial; CF Contabilidade; e Vers Contabilidade.
O número real de franquias que oferecem esse serviço, porém, é bem maior. "No caso da contabilidade, que é muito normativa e burocrática, a tecnologia tem automatizado o processo, o que permite a padronização e, por consequência, serviços mais baratos para o cliente lá na ponta" explica Diel. Além disso, como o processamento de informações por parte do escritório matriz acaba normalmente abastecendo um banco de dados da rede de franquias, com softwares especializados, o empreendedor que decide ser franqueado neste nicho já tem um know how que não teria em outra modalidade de negócio, acrescenta o diretor da Regional Sul da ABF.
De acordo com o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), são cerca de 65 mil escritórios de contabilidade em operação no Brasil. Para Diógenes Nunes, diretor de franquias Vers Contabilidade, rede mineira com unidade em Porto Alegre, tem três maneiras desses escritórios crescerem: de forma própria, que é mais difícil; de forma on-line, em que não é necessário espaço físico; ou de forma a se tornar um rede. Nesse caso, o melhor caminho é através de uma rede de franquias, explica o diretor de franquias Vers Contabilidade, que franqueou-se no início de 2018 e já possui 46 unidades em território nacional.
O modelo do franchise contábil, porém, se diferencia do modelo tradicional de franquias. Baseado em tecnologia e processamento de dados, as redes de escritórios contábeis, muitas vezes, centralizam todas as demandas processuais na sede da empresa, sendo função do franqueador apenas a captação de clientes, consultoria e atendimento. Ou seja, não é preciso ser necessariamente contador para empreender nas franquias de contabilidade.
Isso se aplica também na lógica de trabalho da Vers. Para Nunes, o grande problema dos escritórios passa pelo custo alto em razão da folha de pagamento, o grau alto de risco tributário, já que, se errar o cálculo, tem que pagar a multa, e também o custo da locação de um espaço físico. "Por isso, fizemos a operação concentrada em Minas Gerais. O franqueado vende os contratos e faz a consultoria nas empresas, todo mês tem que visitar os clientes, podendo trabalhar em um coworking, o que reduzirá seus custos", explica. O investimento na empresa gira entre R$ 14.900,00 e R$ 25.900,00.
Para Edilson Junior, fundador da CF Contabilidade, rede carioca que começou suas operações em 2015 e, atualmente, é a segunda maior rede de franquias de contabilidade do Brasil, segundo a Associação Brasileira de Franchise, com 52 unidades, o franchise contábil tem relação direta, além da tecnologia, com o novo perfil do profissional contábil.
"A transição do contador tradicional para o on-line tem sido fundamental para a mudança no comportamento do mercado. Há 20 anos, pouca gente cogitava uma franquia de contabilidade. Isso é uma reformulação de habilidades e de mindset do profissional contábil", ressalta o fundador da CF Contabilidade, rede cujo investimento pode chegar em até R$ 18 mil.
Ambos franqueadores, Edilson Junior e Nunes, consideram que, com essa mudança no perfil do profissional contábil, o advento da inserção de tecnologias de automação no setor e a popularização do franchise vão influenciar ainda mais para o ponto de virada da contabilidade. Isso se materializa, segundo os empresários, em um profissional muito mais estratégico, responsável mais pela parte de consultoria e gestão financeira do que propriamente pelos os cálculos administrativos - embora essa função ainda não esteja totalmente extinta, mesmo com os softwares especializados e o advento da Inteligência Artificial. NULL Fonte: NULL
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Redes de escritórios que oferecem serviços contábeis e tributários estão expandindo suas operações no Brasil em cima de um modelo de negócio que, até pouco tempo atrás, nunca tinha sido usado: o modelo de franquias. Aliadas à tecnologia, à virtualização da contabilidade e à demanda latente por serviços de controladoria e gestão financeira, o franchise contábil cresce em números significativos, embora ainda esteja longe de alcançar patamares como os da rede alimentação e de cosméticos, por exemplo.
Segundo a Associação Brasileira de Franchise (ABF), os serviços contábeis enquadram-se na modalidade de microfranquias, negócios com investimento inicial de até R$ 90 mil, que cresceu 8% em 2018, e tende a seguir crescendo segundo perspectivas da instituição.
O fenômeno, porém, é recente. De acordo com a ABF, a primeira franquia de contabilidade surgiu em 2011 e foi o escritório NTW Contabilidade e Gestão Empresarial. Enquadradas no segmento de Serviços e outros negócios, atualmente, a associação não sabe informar quantas franquias de contabilidade atuam no Brasil, mas, conforme explica o diretor da Regional Sul da ABF, Antonio Carlos Diel, o franchise contábil no Brasil já é expressivo e impulsionado, principalmente pela tecnologia. A participação desse segmento para o bolo total das franquias brasileiras é de pouco mais de 7%, seguindo a mesma lógica na região Sul.
Na lista de associadas da ABF há apenas três franquias do segmento contábil: NTW Contabilidade Gestão Empresarial; CF Contabilidade; e Vers Contabilidade.
O número real de franquias que oferecem esse serviço, porém, é bem maior. "No caso da contabilidade, que é muito normativa e burocrática, a tecnologia tem automatizado o processo, o que permite a padronização e, por consequência, serviços mais baratos para o cliente lá na ponta" explica Diel. Além disso, como o processamento de informações por parte do escritório matriz acaba normalmente abastecendo um banco de dados da rede de franquias, com softwares especializados, o empreendedor que decide ser franqueado neste nicho já tem um know how que não teria em outra modalidade de negócio, acrescenta o diretor da Regional Sul da ABF.
De acordo com o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), são cerca de 65 mil escritórios de contabilidade em operação no Brasil. Para Diógenes Nunes, diretor de franquias Vers Contabilidade, rede mineira com unidade em Porto Alegre, tem três maneiras desses escritórios crescerem: de forma própria, que é mais difícil; de forma on-line, em que não é necessário espaço físico; ou de forma a se tornar um rede. Nesse caso, o melhor caminho é através de uma rede de franquias, explica o diretor de franquias Vers Contabilidade, que franqueou-se no início de 2018 e já possui 46 unidades em território nacional.
O modelo do franchise contábil, porém, se diferencia do modelo tradicional de franquias. Baseado em tecnologia e processamento de dados, as redes de escritórios contábeis, muitas vezes, centralizam todas as demandas processuais na sede da empresa, sendo função do franqueador apenas a captação de clientes, consultoria e atendimento. Ou seja, não é preciso ser necessariamente contador para empreender nas franquias de contabilidade.
Isso se aplica também na lógica de trabalho da Vers. Para Nunes, o grande problema dos escritórios passa pelo custo alto em razão da folha de pagamento, o grau alto de risco tributário, já que, se errar o cálculo, tem que pagar a multa, e também o custo da locação de um espaço físico. "Por isso, fizemos a operação concentrada em Minas Gerais. O franqueado vende os contratos e faz a consultoria nas empresas, todo mês tem que visitar os clientes, podendo trabalhar em um coworking, o que reduzirá seus custos", explica. O investimento na empresa gira entre R$ 14.900,00 e R$ 25.900,00.
Para Edilson Junior, fundador da CF Contabilidade, rede carioca que começou suas operações em 2015 e, atualmente, é a segunda maior rede de franquias de contabilidade do Brasil, segundo a Associação Brasileira de Franchise, com 52 unidades, o franchise contábil tem relação direta, além da tecnologia, com o novo perfil do profissional contábil.
"A transição do contador tradicional para o on-line tem sido fundamental para a mudança no comportamento do mercado. Há 20 anos, pouca gente cogitava uma franquia de contabilidade. Isso é uma reformulação de habilidades e de mindset do profissional contábil", ressalta o fundador da CF Contabilidade, rede cujo investimento pode chegar em até R$ 18 mil.
Ambos franqueadores, Edilson Junior e Nunes, consideram que, com essa mudança no perfil do profissional contábil, o advento da inserção de tecnologias de automação no setor e a popularização do franchise vão influenciar ainda mais para o ponto de virada da contabilidade. Isso se materializa, segundo os empresários, em um profissional muito mais estratégico, responsável mais pela parte de consultoria e gestão financeira do que propriamente pelos os cálculos administrativos - embora essa função ainda não esteja totalmente extinta, mesmo com os softwares especializados e o advento da Inteligência Artificial. NULL Fonte: NULL